2. Seu José, o vendedor de pipoca

21:00


O ano letivo estava perto de terminar, e como estudo no centro sempre tem dezenas de coisas bacanas que quero ver/compra; como o costume perdi o horário entre as varias lojas visitas, e lá se vai o meu ônibus assim que cheguei ao terminal. Liguei para a minha mãe e disse que estava indo para o seu trabalho.

Enquanto andava com a bolsa pesada e o sol fritando a cabeça comecei a ficar com fome e parei ao lado de um carinho de pipoca. Perguntei ao vendedor quanto custava o menor pacote, com a sua resposta catei as moedas do bolso (que eram insuficientes) e tive que cancelar o pedido. No bolso oposta ao das moedas havia o dinheiro da passagem inutilizada, porém queria comprar uma passadeira nova o que não permitiria a existência da tal pipoca.

Seu José ao contrario do esperado me entregou o pacotinho de pipoca doce com leite condensado e disse que não precisava pagar. Mesmo com a barriga doendo de fome disse que não precisava, ele me deu o pacote sorrindo e falou que qualquer dia eu poderia passar por lá e pagar a “divida”. Agradeci com outro sorriso e sai andando.

Nem lembrava mais do seu José e de sua forma de ganhar dinheiro, até que nesse mês passei por ele de carro. Estou decidida a juntar as tais moedas que faltaram e ir ao seu encontro, provavelmente ele não se lembra de mim, do meu rosto e nem da divida. Mas quem sabe o que pode sair disso?


Ele não salvou a minha vida, nem me mudou e seu ensinamento é quase inexistente. Porém sinto a importância de sua bondade com uma garota classe média que não entra no quadro de “doações”. Economicamente ele pode ser visto com inferioridade, mas desde quando tudo deve girar em torno de dinheiro?

*imagem retirada do We Heart It

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2 comentários

  1. Que linda a atitude dele, adorei sua postagem <3

    Beijos
    intoxicadosporlivros.blogspot.com.br

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Hey, podem falar o que acharam do post :)