Resenha: 12 anos de Escravisão
15:00
Não lembro qual foi a minha
justificativa para não assistir a 12 anos de escravidão enquanto ainda estava
no cinema. Não estou arrependida de tal ato, porém gostaria de ter assistido no
conforto da minha casa antes. Aproveitei que hoje é o dia da Abolição da Escravatura (a da princesa Isabel em 1888) e trouxe o tema escravidão para o blog.
Vinte anos antes da Guerra de
Secessão os estados do norte tinham os negros como libertos e os do sul como escravos,
devido o governo ser federativo. Nesse cenário surge Solomon, um violinista livre
e conhecido por sua arte, através de recomendações é convidado a tocar em um circo
que atravessaria o país e lhe pagaria muito bem, ele aceita de bom grado
pensando no bem-estar de sua família.
Em um jantar comemorativo Solomon
bebe demais e passa a não responder por seus atos e é ajudado pelos
administradores do circo, porém quando acorda ver-se em um lugar desconhecido e
preso a correntes. Gritando por sua liberdade e uma possível explicação,
descobrimos a ganância por trás de um pedido artístico e a existência de um
preço sobre o homem.
Solomon foi levado em um navio
até o porto de venda em condições precárias e sub-humanas, foi avaliado e
vendido com um nome inventado e uma história inexistente que devia substituir a
sua imediatamente. Durante doze anos ele serviu gratuitamente a um senhor,
comeu o pão que o diabo amassou inúmeras vezes e teve que se virar sozinho. Foi
torturado, subjugado, marcado e quase morto; foi trocado de fazenda e dono como
um objeto qualquer.
De uma maneira geral o filme
foi agradável. A história não é inventada e nem surpreendente, mas a ótica
foi sensacional. A vida desses negros não é diferente da do escravo brasileiro,
é só trocar a produção. Imaginar sua liberdade e direitos civis sendo retirados,
e sua palavra não valendo nada é assustador. Ser subjugado diariamente e ter
que aceitar não é interessante, principalmente quando dizem que você o deve
fazer devido a quantidade de melanina que carrega.
O discurso da escrava Patsey é
tocante, mas não sei se chega a ponto de ganhar um Oscar. Não recordo se a
concorrência estava fraca ou se isso foi apenas mais um preconceito da
academia, como se desvalorizar esse trabalho fosse, na verdade, um tipo de
racismo.
Não quero criar mimimi, o filme
é bom e ganha 4 estrelas, mas se quiser saber um pouco mais sobre a minha visão
sobre o preconceito e derivados, leia esse post.
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